Sem categoria

Apreensão de arma de fogo pode resultar em folga para policiais, em Goiás

Spread the love

desarmar+ou+nao

Criado em maio de 2011 a Campanha Nacional do Desarmamento já retirou de circulação cerca 1,5 milhão de armas no Brasil. No ranking de entregas por 100 mil habitantes, a colocação ficou entre Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná nos primeiros lugares. A Campanha conta hoje com mais de 2.100 postos de entrega em todo o país.

Goiás não ocupa nem os dez primeiros lugares no ranking de entrega, com a taxa média de 7,88 armas recolhidas para cada 100 mil habitantes. Pensando nisso, o governo do estado inova e traz uma ideia que pode aumentar o número de recolhimento de armas de fogo em poder da população.

Visando diminuir roubos à mão armada e homicídios, por exemplo, a “lei” agora é aumentar ainda mais as apreensões por meio das abordagens policiais, que devem ser minuciosas a partir de agora.

Para incentivar os policiais a realizar o trabalho a contento do que foi determinado, cada um que tirar de circulação uma arma, independente de seu poder de fogo, ganha três dias de folga. A medida está valendo incialmente para o entorno do Distrito Federal.

O assunto foi destaque em rede nacional na edição do Bom dia Brasil de hoje, da Rede Globo. Com estranheza à matéria o apresentador, Chico Pinheiro, mostrou os dados da PM que indicam que o resultado até agora foi satisfatório.

De acordo com o que foi noticiado, nas cinco cidades (não foram informadas quais) que participam do projeto, 500 armas de fogo a mais foram apreendidas, número 23% maior que em 2012, quando não havia a premiação. Segundo a polícia, esse número seria suficiente para equipar três batalhões regionais.

Em 2013, um estudo especificou, por estado, as taxas de homicídio para cada 100 mil pessoas. Nesse comparativo, Goiás ocupa a 18ª posição no ranking dos mais violentos em homicídios dolosos (aqueles com intenção de matar), mas no aumento em número de assassinatos foi o quinto no ranking, com 28,4%. À frente estão, apenas, Amapá (193,9%), Pará (186,6%), Piauí (39,6%) e Ceará (32%).

A medida pode mostrar certo controle da situação, mas o Sinpol-Go – Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás – acredita que isso pode não intimidar os criminosos.

Só no ano passado, segundo o sindicato, foram apreendidas 3.239 armas, em todo o estado já com o acumulado dos 23%.

O sindicato afirma também que não são apenas os criminosos, no entanto, ignoram o Estatuto do Desarmamento, em vigor desde dezembro de 2003. A facilidade de comércio e a sensação de insegurança que ronda o Estado fazem muitas pessoas, afundadas no medo, buscarem armas no mercado clandestino e, talvez por isso, a medida pode não alcançar o efeito esperado pelo governo de Goiás, pelo menos não daqui a algum tempo.

A Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-Go) acredita que o crescimento da violência e a sensação de impunidade motiva as pessoas a terem suas próprias armas, apesar de o Estatuto do Desarmamento determinar a proibição.

Nesse caso, o jeito é esperar para ver se mais essa iniciativa será o suficiente para diminuir os índices preocupantes de violência e assassinatos no estado.

 

Por: Gustavo Vieira