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A Academia Catalana de Letras constata que, em cada trecho do córrego Pirapitinga pode-se relembrar um pedaço da história de Catalão. Ao longo do último trecho canalizado, por exemplo, existia antigamente uma charqueada, um curtume, uma usina de geração hidrelétrica, além de uma pequena ponte e de uma bela cachoeira.
Era o lugar em que, assim como hoje, os dois bairros se entrelaçavam: a Rua da Grota e a Rua do Pio.
Foto: Usina Margon/ arquivo Luís Estevam
A maioria dos moradores limítrofes, de uma banda e outra do ribeirão, servia de mão de obra para as referidas indústrias, que pertenciam ao velho imigrante João Margon.
Esse austríaco, acompanhado de sua esposa, Tereza Muller, chegou em Catalão na virada do século passado. Instalou-se na beira do Pirapitinga, onde trabalhou e adquiriu uma antiga charqueada, construindo, do outro lado do córrego, um curtume para aproveitamento do couro das reses abatidas.
O estabelecimento tinha um processador bem equipado, caldeiras e maquinário bastante moderno para a época.
Esse complexo industrial, de carne e couro, foi o maior centro empregador de Catalão por longo tempo. Sem deixar de mencionar a selaria e a sapataria dos Margon.
Para suprimento de eletricidade, o velho imigrante construiu uma usina hidrelétrica, aproveitando a correnteza do Pirapitinga. Edificou, ainda, uma ponte para ligação dos seus empreendimentos, usada como travessia pelos moradores limítrofes. Logo depois dessa ponte, o ribeirão desaguava, com força, em uma bela cachoeira.
A queda d’água, conhecida por todos como Cachoeirão, tornou-se ponto predileto da rapaziada para estrepolias e natação. No local, o córrego formava um imenso e profundo poço que permitia grandes mergulhos.
Hoje, a canalização do córrego, naquele trecho, não deixou rastros do passado, a não ser as três casas que pertenciam à família Margon e que resistem ao tempo. O trecho tornou-se um belo cartão postal para Catalão, enfeitando o histórico manancial Pirapitinga, merecedor dos cuidados públicos da cidade de Catalão.
Foto: Haley Margon e familiares no “cachoeirão/ Arquivo Luís Estevam
Por: Luís Estevam