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Chico Buarque finalmente recebe o Prêmio Camões, concedido a ele em 2019

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Chico Buarque finalmente recebe o Prêmio Camões, concedido a ele em 2019

Maior prêmio da língua portuguesa não havia sido entregue ao cantor e escritor porque Jair Bolsonaro se recusou a assinar a documentação necessária

Ricardo Stuckert/PR

Chico Buarque recebe o Prêmio Camões de Lula e Marcelo Rebelo de Sousa

O cantor, compositor e escritor Chico Buarque finalmente pôde receber, nesta segunda-feira (24), o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, concedido pelos governos de Brasil e Portugal.

Chico havia sido agraciado em 2019, porém Jair Bolsonaro se recusou a assinar a documentação necessária para a entrega do diploma. Com a visita de Lula a Portugal, foi feita justiça ao artista.

“É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura. O Prêmio Camões deveria ter sido entregue a Chico Buarque em 2019 e não foi”, disse Lula (veja trecho abaixo e a íntegra da cerimônia no fim da matéria). 

“Sabemos por quê. O ataque à cultura foi dimensão importante do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil”, completou o presidente brasileiro, lembrando que Chico também foi perseguido e censurado durante a ditadura militar.

Quatro anos em que “o tempo parecia andar para trás”

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o simbolismo da data de entrega do prêmio de 100 mil euros ao cantor e escritor — 24 de abril de 1974 foi o último dia da ditadura salazarista em Portugal, encerrada no dia seguinte com a Revolução dos Cravos.

E ressaltou que, hoje, pouco importa se o prêmio de 2019 só foi entregue em 2023. “Ninguém cuidará de saber a que ano diz respeito. Diz respeito a todos os anos. Esperamos quatro anos como os amigos esperam uns pelos outros”, discursou.

LEIA TAMBÉM: Lula: “A cultura voltou de verdade neste país”

Por fim, o premiado falou. “Lá se vão quatro anos que o prêmio foi anunciado, e eu me perguntava se já me haviam esquecido”, brincou Chico. “No que se refere ao meu país, quatro ano de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, acrescentou. 

E prosseguiu: “Hoje, porém, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula”.

Da Redação

Blog do Mamede

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