“Esses institutos têm servido de fonte de informação e atraído a atenção de adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos, muitos deles participantes dos protestos de março e de abril”, escreveu o jornal.
O presidente da Atlas, Alejandro Chafuen, argentino radicado nos Estados Unidos, o organismo não se envolve em “assustos de rua ou política em outros países”. Para ele, foi necessário, inclusive, se afastar de instituições ligadas ao Tea Party, uma ala conservadora do Partido Republicano.
No caso do Brasil, Chafuen enxerga a influência da Atlas sobre o pensamento dos jovens que protestam contra os governos do PT. “Obviamente há certa correlação entre as pessoas que passam por nossos programas e pelos institutos com que trabalhamos e o que está acontecendo aqui”, disse ao Valor.
No Brasil, a Atlas lista como parceiras o Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista, do Rio; Estudantes Pela Liberdade, de Belo Horizonte; o Instituto de Estados Empresariais, de Porto Alegre; o Instituto de Formação de Líderes, também de Belo Horizonte; o Instituto Liberal, do Rio; o Instituto Liberdade, de Porto Alegre; o Instituto Ludwig Von Mises, de São Paulo; o Instituto Milenium, também do Rio e o Ordem Livre, de Petrópolis.
O presidente do Mises Hélio Beltrão disse ao Valor que o foco em São Paulo são jovens universitários liberais que possam disseminar a mensagem do grupo nas instituições que, na visão dele, são doutrinadas pela esquerda.
O cientista político Fábio Ostermann, um dos fundados do Movimento Brasil Livre (MBL) – que marcha de São Paulo a Brasília cobrando o impeachment de Dilma – trabalhou por dois meses e meio para a entidade americana. Ele diz que ainda não houve doações para o MBL pela Atlas.
A Atlas distribuiu no Brasil cerca de 20 mil dólares por ano, segundo Chafuen. O grupo Estudantes pela Liberdade recebeu no ano passado cerca de 10 mil dólares. “O dinheiro que mantém as atividades da Atlas vem, em sua maioria, de fundações e cidadãos dos Estados Unidos. (…) Os doadores têm preferências distintas. Alguns são religiosos conservadores; outros, libertários.”
A Atlas possui hoje cerca de 450 instituições espalhadas pelo mundo, inclusive em países como Venezuela, China, Irã, Nepal.
Fonte: Jornal GGN
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