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Família de Dione César processa o Estado por danos relacionados à morte de Yasmin

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2014-01-22 11.58.58

O caso da menina Yasmin de Souza e Silva, de 8 anos, encontrada morta em uma construção no bairro Paineiras no dia 9 de dezembro, ainda vai dar o que falar. É que o exame de DNA que comprovaria a autoria do crime inocentou Dione César Costa, de 38 anos, considerado pela polícia até mais que simples suspeito do crime.

O homem foi preso 48 horas depois de o corpo da menina ter sido encontrado e a polícia civil disse ter chegado ao então suspeito por imagens de câmeras residências, que supostamente flagraram os dois juntos antes do homicídio. A suspeita da polícia foi reforçada por alegações de populares que afirmaram terem visto Dione e Yasmin antes de seu desaparecimento. Ela foi violentada e morta a pauladas.

Preso, Dione a todo o momento era alvo da fúria de pessoas comuns que ocupavam as portas das delegacias buscando fazer “justiça” com as próprias mãos. Até uma rebelião foi deflagrada pelos detentos do presídio de Catalão ao saberem da presença do acusado na unidade.

Diante de todo o desenrolar da história a família do inocentado quer processar o Estado com a alegação de terem sido humilhados e perseguidos a todo instante, e por Dione ter corrido risco de morte dentro e fora da cadeia por um crime que não cometeu.

A polícia se defende e diz que a prisão de Dione se deu não pela suspeita de ter sido o autor da morte de Yasmin, mas, unicamente, porque se encontrava foragido da justiça. Ele respondia pelo crime de tentativa de assassinato e permanece preso em cela especial desde o seu retorno à cadeia.

Para a esposa de Dione, Adriana de Jesus Silva (foto), o que ocorreu foi uma tremenda injustiça que também vitimou todos os membros da família. “As pessoas jogavam pedras na minha casa, me falaram que iriam estuprar minhas filhas, uma delas até parou de ir às aulas por isso. Com medo minha filha mais nova não vai ao banheiro sozinha”.

Adriana se revolta ainda mais com o tratamento que Dione recebeu da polícia desde o primeiro dia em que foi considerado o principal suspeito do assassinato. “No dia em que ele foi pego a polícia bateu muito nele, judiou demais dele, fizeram ameaças e um monte de coisas. Levamos um colchão para ele no presídio, mas não o entregaram. Ele, que tem problemas na coluna, ficou 25 dias dormindo no chão e isso piorou seu problema”, reclamou Adriana que reforçou ter aberto processo judicial acionando o Estado por todos os constrangimentos e riscos que passaram.

Sobre os perigos que Dione correu sendo o principal suspeito de ter cometido a barbárie, a polícia sustenta que sua integridade física foi resguardada em tempo integral até a conclusão do caso, que se deu no dia 13 de janeiro.

A dúvida no momento é: se ele não matou a menina, quem é o culpado? A delegada no caso, Alessandra Maria de Castro, que deu como quase certo que Yasmin tivesse sido morta por ele, disse que as investigações foram retomadas após o [inesperado] resultado e preferiu não adiantar os rumos do trabalho e nem quem poderia ser o autor do crime.

Com tantas incertezas duas coisas podem ser plenamente observadas com o desenrolar da “trama”: a voz do povo não é a voz de Deus e as autoridades nem sempre tem razão.

 

Por: Gustavo Vieira