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Papa: conflito Israel-Palestina é mais que guerra, é “terrorismo”

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Papa: conflito Israel-Palestina é mais que guerra, é “terrorismo”

 

Pontífice se encontra com familiares de israelenses e palestinos e pede paz em audiência na Praça de São Pedro

 

O Papa Francisco encontra-se com palestinos cujos parentes estão retidos em Gaza, em meio ao conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, no Vaticano, em 22 de novembro de 2023. Foto: Divulgação Vaticano

O Papa Francisco, em uma reunião separada com familiares de reféns israelenses e palestinos com parentes em Gaza, declarou que o conflito entre Israel e Palestina ultrapassou os limites da guerra para se tornar “terrorismo”. Durante sua audiência geral na Praça de S. Pedro, o líder da Igreja Católica enfatizou o sofrimento de ambos os lados e fez um apelo por orações e paz.

O líder religioso se encontrou separadamente com parentes israelenses de reféns e palestinos com familiares em Gaza. Após esses encontros, Francisco afirmou que ouviu diretamente como “ambos os lados estão sofrendo”. Ele denunciou o conflito, afirmando: “Isso não é guerra. Isso é terrorismo.”

Durante a audiência na Praça de São Pedro, onde pessoas seguravam bandeiras e lenços palestinos, o papa pediu orações para que “ambos os lados não avançassem com paixões, que, no final, matam a todos.” Francisco também convocou uma oração pela paz, destacando a importância de não esquecer as vítimas de conflitos em todo o mundo, incluindo a “torturada Ucrânia.”

Desconforto em Israel

Não é de hoje que as declarações do Vaticano causam desconforto em Israel. No dia 13 de outubro, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolim, pediu uma proporcionalidade por parte do país judaico, que pune milhares de civis palestinos pelo insurgência do Hamas ao sul de Israel com 1200 mortes. O Vaticano também se ofereceu para mediar o conflito entre Israel e Hamas.

O chanceler israelense Eli Cohen criticou o posicionamento do Vaticano, à época, pedindo uma condenação clara da instituição ao “terrorismo mortal” contra israelenses. Setores ultradireitistas do governo exigiram ruptura diplomática com o Vaticano. No entanto, a nova fala de Francisco não soa como uma condenação contundente ao Hamas, mas como uma equiparação da violência contra populações civis, de ambos os lados.

No início do mês, ele reiterou seu apelo ao fim das hostilidades e pediu mais ajuda humanitária para Gaza. Suas declarações causaram desconforto em setores do governo de Israel, mesmo com o Vaticano buscando manter sua típica neutralidade diplomática.

O embaixador de Israel no Vaticano, Raphael Schutz, não se referiu diretamente às palavras do papa, mas destacou a distinção entre as partes, afirmando que um lado está envolvido em uma “guerra de autodefesa,” enquanto o outro busca “assassinar, estuprar e não se importa com aqueles do seu próprio lado.”

Trégua em andamento

As declarações do papa surgem após o recente acordo de trégua entre Israel e o grupo armado em Gaza, que visa permitir ajuda humanitária e a libertação de reféns. O líder religioso não mencionou explicitamente esse acordo, que marca um avanço significativo desde o início da guerra.

O Papa Francisco continua a desempenhar um papel ativo na promoção da paz no conflito Israel-Palestina, mantendo uma postura clara e condenatória contra o que ele chama de “terrorismo”. Suas palavras refletem a preocupação do Vaticano com a situação humanitária, especialmente para os cristãos em Gaza.

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