Categories: Sem categoria

Brasil sobe 10 posições no ranking de liberdade de imprensa

Spread the love

Brasil sobe 10 posições no ranking de liberdade de imprensa

 

Situação ainda é ‘problemática’, diz Repórteres Sem Fronteiras”; País chegou ao 82º lugar entre 180 países citados em levantamento feito pela ONG

 

Créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Brasil avançou 10 posições no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, divulgado nesta sexta-feira (3) pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. No entanto, a situação no país ainda é considerada “problemática” pela entidade, que avaliou a liberdade de expressão e a segurança dos jornalistas em 180 países e territórios.

O país subiu da 92ª para a 82ª posição no ranking, ficando atrás de nações como Timor Leste, Moldávia, Hungria e República Centro Africana. Esta é a melhor colocação do país na última década, marcando uma recuperação de 28 posições desde o último relatório. A RSF atribuiu parte desse avanço à mudança de governo, destacando que a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajudou a normalização das relações entre a mídia e as agências estatais. Veja o mapa aqui.

Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, a imprensa foi alvo de constante hostilidade, alimentando um ambiente de turbulência política. O jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras para a América Latina, afirma que “foi um governo que exerceu uma forte pressão sobre jornalismo de diferentes formas, com uma postura e um discurso público orientado pela crítica à imprensa”.

O relatório, compilado anualmente desde 2002, é baseado em uma ampla pesquisa feita nos meses de dezembro e janeiro, envolvendo 120 perguntas em 26 idiomas, respondidas por milhares de especialistas. Ele é considerado um indicador de referência por organizações internacionais como o Banco Mundial e a Unesco.

Medidas positivas e desafios

Entre as ações positivas no Brasil, destacam-se a criação do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e melhorias no acesso à informação e transparência pública. “Houve um distensionamento em parte desse cenário, refletindo nas condições para os jornalistas e meios de comunicação que operam no país”, afirmou Romeu.

Por outro lado, o relatório também aponta desafios como a concentração midiática nas mãos de poucos grupos e a vulnerabilidade econômica do setor, o que permite a interferência de anunciantes nas linhas editoriais. Além disso, a insegurança é uma preocupação constante, com o Brasil sendo o segundo país mais perigoso para os jornalistas nas Américas, ficando atrás apenas do México, onde pelo menos 37 profissionais foram assassinados nos últimos cinco anos.

A desinformação também foi destacada como uma questão crítica, com Romeu criticando a falta de regulamentação das plataformas digitais. “O canal de distribuição não é mais a banca de jornal na esquina. As grandes plataformas operam ainda no Brasil num cenário ainda marcado por um processo de, planejado, autorregulação”, disse ele, enfatizando a urgência na aprovação do Projeto de Lei das Fake News.

Globalmente, o ranking revela que apenas 1% da população mundial vive em países onde a situação é considerada boa para os jornalistas, com Noruega, Dinamarca e Suécia liderando a lista. No extremo oposto, países como Afeganistão, Síria e Eritreia enfrentaram condições extremamente adversárias para o jornalismo, com altos índices de jornalistas detidos, desaparecidos ou reféns.

Este ano, a tendência de queda nos indicadores de liberdade de imprensa é evidente em diversas regiões do mundo, atribuída principalmente às áreas do ambiente político. Exemplos como a Argentina e os Estados Unidos ilustram como crises políticas e polarização atuam para a fragilização dos direitos dos jornalistas.

Metodologia

A RSF utiliza cinco critérios para avaliar a liberdade de imprensa em cada país: contexto político, quadro jurídico, contexto econômico, contexto sociocultural e segurança para o trabalho dos jornalistas. Com base nesses critérios, o ranking é dividido em cinco blocos: 1) lugares com “boa” liberdade de imprensa; 2) locais com liberdade “satisfatória”; 3) áreas “problemáticas” (como é o caso do Brasil); 4) países em situação “difícil”; e 5) territórios em situação “muito séria” de abusos contra a imprensa.

__

com agências

Blog do Mamede

Recent Posts

Ouvidor: Mais Inquérito no Ministério Público Por Improbidade Administrativa e Dano Ao Erário Público

Gente boa do Blog, em Ouvidor só se fala nas dezenas de denúncias envolvendo a…

18 horas ago

Onda de Fake News Em Catalão, Mostra Crescimento de Pré-Candidatura de Elder Galdino

Gente boa do Blog, com o crescimento visível da pré-candidatura de Elder Galdino uma onda…

19 horas ago

STF retoma julgamento de ações sobre assédio judicial contra jornalistas e órgãos de imprensa

STF retoma julgamento de ações sobre assédio judicial contra jornalistas e órgãos de imprensa Até…

19 horas ago

Accorsi apresenta PL para criar cotas para mulheres egressas do sistema prisional

Accorsi apresenta PL para criar cotas para mulheres egressas do sistema prisional Proposta para o…

19 horas ago

Em Uberlândia, Gleisi lança pré-candidatura de Dandara Tonantzin à prefeitura

Em Uberlândia, Gleisi lança pré-candidatura de Dandara Tonantzin à prefeitura Agenda começa nesta sexta-feira (17)…

19 horas ago