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Comissária da ONU condena envio de armas dos EUA a Israel

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Em linha com a decisão de apoiar Israel em mais uma ofensiva contra Gaza, os Estados Unidos enviaram equipamentos bélicos ao país para completar a assistência militar bilionária que prestam anualmente ao governo criminoso israelense. Nesta quinta-feira (31), porém, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos Navi Pillay lembrou, em coletiva de imprensa, a responsabilidade dos EUA, enquanto aliado incondicional de Israel, para deter o massacre dos palestinos.

 

AP Photo

Palestinos procuram por corpos após um bombardeio israelense em Khan Younis, na Faixa de Gaza, nesta quarta (30).Palestinos procuram por corpos após um bombardeio israelense em Khan Younis, na Faixa de Gaza, nesta quarta (30).

Segundo o jornal estadunidense Stars and Stripes, de tendência militarista, morteiros de 120 milímetros, granadas e outros armamentos foram enviados na semana passada pelo Departamento de Defesa dos EUA para Israel, o segundo país que mais investe no setor militar do mundo (7% do seu Produto Interno Bruto, atrás apenas da Arábia Saudita).

A notícia desta quinta-feira (31) cita um oficial do Pentágono que pediu anonimato para indicar que muitos dos armamentos estavam próximos de sua data de validade e “precisavam ser renovados”. Os equipamentos teriam sido despachados de um armazém que Israel e EUA mantêm em conjunto na região desde a década de 1990 para tempos de “emergência”, mas o porta-voz do Pentágono John Kirby disse que a sua entrega não dependera do aval da Casa Branca.
“Os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel e é vital para os interesses nacionais estadunidenses ajudar este país a desenvolver e manter fortes as suas capacidades militares,” assinalou o contra-almirante. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no início desta semana que aofensiva contra a Faixa de Gaza ainda será longa, enquanto o número total de mortos, majoritariamente civis e centenas de crianças, é de 1.395 pessoas, de acordo com agências palestinas de notícias.

No sentido contrário, a comissária da ONU Navi Pillay rechaçou o apoio militar estadunidense a Israel durante uma coletiva de imprensa também nesta quinta, condenando a continuidade da ofensiva. Navi ressaltou a influência dos EUA sobre o governo israelense e a responsabilidade de deter o massacre dos palestinos, ao invés de prover à ofensiva a artilharia pesada utilizada em terreno e nos bombardeios aéreos.

Além disso, a comissária considerou que os Estados Unidos devem se empenhar por levantar o bloqueio israelense imposto a Gaza há oito anos e pelo fim da ocupação disseminada dos territórios palestinos, sobretudo através da construção de colônias ilegais na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

“Nenhuma dessas agressões é acidental,” disse Navi. Mais parecem um desafio deliberado ao direito internacional.” Na semana passada, a comissária já havia instado à investigação das denúncias de crimes de guerra perpetrados durante a atual ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, apelo acatado logo em seguida, durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, sessão em que os EUA foram a única representação, entre os 47 membros, a votar negativamente, enquanto os europeus se abstiveram.

 

Portal Vermelho