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Acordo entre Boeing e Embraer volta a ser suspenso pela Justiça

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O acordo de fusão entre Boeing e Embraer foi suspenso pela segunda vez, nesta quarta-feira (19), pelo juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo. A ação foi apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista. A Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer.

Foto: Arquivo Embraer

 

 A decisão foi tomada pelo mesmo juiz que já havia concedido uma outra liminar, no dia 6, para suspender a negociação. Entretanto, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo no último dia 10.

O juiz federal suspendeu qualquer ato concreto de decisão da Embraer que concorde com transferência da parte comercial da empresa a outra empresa. “Nesta decisão, como na anterior, não visualiza o juízo qualquer ameaça ou comprometimento da economia do país ou situação provocadora de crise na medida que busca conservar uma situação que se encontra consolidada no tempo e eventual oscilação em preços de ações da Boeing ou da Embraer são considerados efeitos metajurídicos normais de qualquer decisão judicial sem a tônica de representar repercussão nos interesses do país”, afirmou Giuzio.

Na última segunda-feira (17), a Embraer informou que aprovou junto à fabricante norte-americana Boeing os termos do acordo, que prevê a criação de uma joint venture de aviação comercial no Brasil, na qual a empresa brasileira só terá 20% de participação. O novo negócio é avaliado em US$ 5,26 bilhões.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (20), o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva, afirmou que o acordo pode prejudicar os trabalhadores brasileiros. De acordo com ele, a companhia norte-americana demitiu 36 mil funcionários nos últimos cinco anos. “Se eles fazem isso com o povo deles, não hesitariam conosco”, critica.

Outro tema crucial para barrar a fusão, segundo Herbert, é a soberania nacional. “A Embraer é responsável por sistemas de defesa, controle de fronteiras, então não podemos entregar esse patrimônio para os norte-americanos.”

Fonte: RBA