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Argentinos saem às ruas e denunciam o governo neoliberal de Macri

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As ruas de Buenos Aires e de outras 50 cidades argentinas se encheram de manifestantes nesta quarta-feira (13), num dos maiores protestos contra as políticas neoliberais do presidente Mauricio Macri. A paralisação foi organizada pelos movimentos sindical e social, que denunciam o fracasso do governo. O país sul-americano está às voltas com prolongada inflação, recessão econômica e cortes nos subsídios das prestadoras de serviços públicos. As taxas de desemprego e de pobreza não param de crescer.

 

Manifestantes exigem de Macri a declaração de uma emergência alimentar e a suspensão do aumento das tarifas públicasManifestantes exigem de Macri a declaração de uma emergência alimentar e a suspensão do aumento das tarifas públicas

Segundo a imprensa local, as manifestações reuniram “dezenas de milhares de pessoas”, que bloquearam as principais vias do país. A nova tragédia argentina está, uma vez mais, associada ao Fundo Monetário Internacional (FMI), agente direto das crises econômicas que a nação viveu nas décadas de 1980 e 1990, bem como no início dos anos 2000.

Em junho de 2018, para conseguir um empréstimo de US$ 57 bilhões do FMI, Macri se sujeitou a eliminar o déficit fiscal da Argentina até o final de 2019, com base numa avalanche de cortes em áreas sociais. Mas a inflação segue em tendência de alta, depois de fechar 2018 em 47%, a segunda maior na América Latina. Com isso, o argentino comum – que já luta com a inflação e a recessão – é afetado pelos aumentos nas contas água, luz e aquecimento.

Um manifestante, que se identificou como Alberto, compareceu à marcha no centro da capital com a filha de um ano. Ele disse que estava lá porque não consegue arrumar emprego e sua família recebe pouca ajuda do Estado. “Se não há trabalho, não terei nada para deixar para meus filhos”.

Macri deve concorrer a um segundo mandato na eleição geral de outubro, na qual pode enfrentar sua antecessora, Cristina Kirchner, favorita da oposição de esquerda do país. Sob pressão das ruas, o presidente argentino foi obrigado a engavetar seu projeto de reforma trabalhista que já estava planejado. Mesmo assim, os protestos não cessaram.

Nos atos desta quarta-feira, os argentinos exigiam de Macri a declaração de uma emergência alimentar e a suspensão do aumento das tarifas públicas. Alguns manifestantes portavam cartazes com fotos do líder revolucionário Che Guevara, do ex-presidente Juan Perón e de sua esposa Evita.

Com bumbos e baterias, os manifestantes caminharam sob o sol forte do verão portenho, atravessando vias importantes, como as avenidas 9 de Julio e Corrientes. Vários serviços de transporte coletivo foram interrompidos. Nas janelas dos prédios, moradores aderiam ao protesto com panelaços.

Segundo Sergio Palazzo, da CTA (Central dos Trabalhadores Argentinos), a mobilização de hoje “tem como objetivos exigir uma paritária social que contemple os aumentos da cesta básica de alimentos e das tarifas”. Nesse ano, os cortes sociais têm levado as tarifas de água, luz, transporte e gás a crescerem a cada mês.

Portal Vermelho