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História em Pedaços!

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A Academia Catalana de Letras lembra que,
o subsolo da região Catalão-Ouvidor possui jazidas minerais muito valiosas, como nióbio e fosfato, que estão sendo exploradas há mais de quarenta anos. Além dessas concentrações,  a região tem extensas manchas de titânio,  vermiculita e terras raras, ainda não sistematicamente retiradas. Toda essa riqueza foi descoberta e catalogada,  no final do século XIX, pelo engenheiro belga Luis Cruls.
Na verdade, a Missão Cruls veio ao planalto central, por duas vezes, no período de 1892 a1896, com a finalidade de estudar a futura localização da capital do Brasil, por ordem do presidente Floriano Peixoto.
Formada por 21 técnicos, especialistas em diversas áreas do conhecimento,  a expedição Cruls traçou linhas para ferrovia, buscou evidências de riquezas minerais, estudou a diversidade da fauna e da flora do planalto central, na procura exata do centro geográfico do país.  Depois de quase um século,  os resultados da Missão começaram a dar frutos com a construção de Brasília e, logo depois,  com a exploração das riquezas minerais em Catalão.
Dentre todos os minerais desenvolvidos na região,  o nióbio continua sendo o mais valioso. Primeiro, pela sua utilização na fabricação de aço de alta resistência,  de grande importância para a siderurgia e também na produção de ferramentas inoxidaveis. É valioso também pela grande demanda e pequena oferta,  o que encarece o seu preço.  Pode-se contar nos dedos, de uma só mão,  as minas de nióbio no planeta, quase somente no Canadá e no Brasil.
Foto: Missão Cruls 1892.
Além do mais, o nióbio é um material nobre e resistente, usado na produção de foguetes espaciais e grandes aeronaves que alcançam o vácuo depois da atmosfera terrestre.  Assim, pode-se entender a importância de Catalão-Ouvidor no contexto  mundial do nióbio.
Em 1977, a Mineração Catalão  foi inaugurada, assim que prospecções foram feitas na região,  onde constataram reservas suficientes para exploração do mineral, no mínimo por cinquenta anos. Retirado convencionalmente  a céu aberto,  a empresa utiliza tratores pesados, esteiras com lâminas,  carregadeiras de rodas e caminhões.  A área de produção fica na fazenda Chapadão, motivo de disputa entre Catalão e Ouvidor.  Quando Ouvidor foi emancipada de Catalão,  em 1953, não havia preocupação com os limites,  porque não se explorava minerais naquela área.  Com o litígio,  os advogados de Catalão e Ouvidor (Manoel Januário Ferreira e Felicíssimo José de Sena) entraram em acordo,  repartindo o recebimento dos impostos sobre os minerais. Bom para os moradores de ambos os municípios.  Ouvidor ficou rico. Catalão,  pelo menos, remediado.
Por: Luís Estevam