TJ acolhe pedido do MP e júri dos acusados de matar prefeito de Monte Alegre acontecerá em Goiânia
TJ acolhe pedido do MP e júri dos acusados de matar prefeito de Monte Alegre acontecerá em Goiânia
Acolhendo pedido feito pelo Ministério Público de Goiás, a 4ª Turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) deferiu o pedido de desaforamento (mudança de foro) de um processo criminal por homicídio que tramitava na comarca de Campos Belos. O acórdão definiu por deslocar o julgamento para a comarca de Goiânia, onde o júri será realizado, com a urgência que o caso requer.
O pedido de desaforamento foi feito pelos promotores de Justiça Paulo Brondi e Paula Mattos em 2016, logo após a suspensão do julgamento, que ocorreria no Tribunal do Júri de Campos Belos, de quatro acusados de matar o prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida, conhecido como Zé da Covanca, ocorrido em agosto de 1999. O julgamento, que estava agendado para o dia 17 de agosto de 2016, foi suspenso a pedido do MP-GO, que apresentou evidências de que houve tentativa ilegal de influenciar o veredicto, já que alguns jurados foram procurados por parentes dos réus.
Ao acolher parecer elaborado pelo procurador Pedro Alexandre da Rocha Coelho, a desembargadora Avelirdes de Lemos, relatora do acórdão, afirmou que foi “demonstrada nos autos a existência de dúvidas em torno da imparcialidade de jurados, por medo de represálias, mostrando-se aconselhável o desaforamento da sessão de julgamento para outra comarca, com o fito de garantir maior isenção no julgamento”.
São réus Antônio Pereira Damasceno, ex-vice-prefeito de Monte Alegre e mandante do crime; Luís Carlos Medeiros, apontado como um dos executores; Floriano Barbo Neto, atualmente vereador do município, e José Roberto Macedo Pinheiro, na época, cabo eleitoral do então vice-prefeito.
O crime
De acordo com a denúncia do MP, por volta de 0h30 de 26 de agosto de 1999, os denunciados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, no Centro de Monte Alegre, município pertencente à comarca de Campos Belos. O crime começou a ser articulado pelo ex-vice-prefeito, Antônio, e seu então cabo eleitoral José Roberto, que planejaram o assassinato com o propósito de proveito político.
Os dois, então, contrataram Manoel (já falecido), Luiz Carlos e outra pessoa identificada por Aldo. Eles foram levados de Goiânia para matar Zé da Covanca, mediante pagamento, tendo sido acomodados uma fazenda no município de Teresina. Floriano, na época motorista da Polícia Civil, sustentava os executores com mantimentos e utensílios domésticos, enquanto estes aguardavam a ordem para o delito.
Na véspera do crime, José Roberto levou os três para a cidade, no carro de Floriano, e em outro veículo de Antônio. Manoel, Luís Carlos e Aldo rondaram a casa de Zé da Covanca até que dois deles desceram, sendo um encapuzado, e tocaram a campainha. Antes de a vítima abrir totalmente a porta, eles forçaram a entrada e um dos denunciados dominou Zé da Covanca, enquanto o encapuzado atirou três vezes, atingindo-a na cabeça, nariz e pescoço. Uma quarta pessoa foi vista no local do crime, mas não foi identificada.
(Texto: Cristina Rosa / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO – Foto: Banco de Imagem)