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História em Pedaços!

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Gente boa do Blog,
A Academia Catalana de Letras ressalta que,
a comunidade catalana sempre gostou de festas, tanto na cidade como na zona rural. Desde antigamente existiam no município – durante o ano todo – várias celebrações religiosas, algumas comemorações patrióticas e muitos bailes sociais.
O calendário festivo começava em 20 de janeiro com homenagens a São Sebastião em comemorações na zona rural do município. Logo após, vinha o carnaval na cidade, com o tradicional desfile de carroças alegóricas, acompanhadas de perto pelas bandas de música. Após a Páscoa, ocorriam as quadrilhas juninas no Largo da Velha Matriz, durante todo o mês com Santo Antônio, São João e São Pedro sendo homenageados.
Em 15 de agosto, os moradores celebravam N.S. da Abadia, com longas romarias para, em 20 de agosto, festejar o aniversário da cidade. Em setembro havia sempre desfile cívico no dia da independência e várias comemorações patrióticas nas escolas. Em outubro acontecia a tradicional Festa do Rosário, cujo ápice ocorria no segundo domingo do mês, com a vistosa apresentação dos ternos de congo por toda a cidade.
Foto: Sede Social 13 de Maio/arquivo Luís Estevam
Na maioria das vezes, haviam novenas e leilões com a participação da população urbana e rural. O povo da roça, usando carros de boi, carroças e cavalos, vinha em comitiva para os festejos em Catalão, principalmente nos meses de junho e outubro.
Formava uma barulhenta corrente de alegria pelas estradas do município, trazendo grande quantidade de mantimentos para ficar de 15 a 20 dias na cidade. Os mais pobres se acomodavam em ranchos improvisados nos terrenos baldios ou à beira do córrego Pirapitinga. Os fazendeiros mais abastados alugavam casas ou se hospedavam com amigos e familiares. Eram dias festivos e alegres. Havia grande número de casamentos, batismos e realização de promessas junto aos santos de proteção.
Nos festejos de caráter secular, por sua vez, a participação era somente de moradores urbanos. O carnaval de rua era um deles. Acontecia sempre na iminência da quaresma, com bandas de música e desfiles alegóricos pelas ruas da cidade. A partir de 1931, com a fundação da sede social do Crac (Clube Recreativo e Atlético Catalano), começaram os bailes de carnaval em ambiente fechado. Mas, o clube não vendia ingressos e nem era aberto para o público em geral. Somente participavam sócios ou convidados selecionados em rigorosa sindicância. Em outras palavras, com o Crac,  a elite de Catalão criou um ambiente próprio e exclusivo, não permitindo a entrada de pretos ou de famílias não-tradicionais de menor poder aquisitivo.
A reação veio uma década depois, em 1944. A classe popular, diante da discriminação, fundou o Clube 13 de Maio, que também se tornou famoso pelas suas atrações e frequentadores. Assim, não só nos carnavais, mas em todos os finais de semana estouravam pela madrugada os bailes do CRAC e do Clube 13 de Maio. Os jovens catalanos, de todas as camadas, passaram a frequentar festas sociais na cidade.
O auge das noites festivas catalanas ocorreu na década de 1960. A partir de então, os bailes foram perdendo o antigo brilho e vigor, e os dois clubes tradicionais foram se esvaziando.
O mesmo ocorreu com relação ao carnaval. Até a década de 1980, Catalão ainda tinha carnaval de rua e desfiles de samba nos bairros do centro. Mas, na década seguinte ganharam projeção os carnavais nas cidades vizinhas, eclipsando  as comemorações em Catalão. Nos feriados prolongados, Os jovens passaram a frequentar outros centros de lazer e diversão.
De qualquer modo, pode-se perceber que, no Catalão de antigamente existiam muito mais festas e comemorações do que nos dias atuais.
Foto: Baile no CRAC/ Acervo Luís Estevam
Por: Luís Estevam