Sem categoria

Governo Lula recebe apoio da Alemanha para defesa do meio ambiente

Spread the love

Governo Lula recebe apoio da Alemanha para defesa do meio ambiente

Durante visita do primeiro-ministro Olaf Scholz ao Brasil, Alemanha anuncia doação de mais de R$ 1 bilhão para projetos ambientais no Brasil

Ricardo Stuckert

“Estamos muito felizes pelo Brasil estar de volta à cena mundial. Vocês fizeram falta”, disse Scholz a Lula

A visita do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, ao presidente Lula, nesta segunda-feira (30), terminou com o compromisso de Brasil e Alemanha ampliarem o trabalho conjunto na proteção ambiental, na construção de um modelo econômico que promova a justiça social e para que um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se concretize.

Como um primeiro resultado prático, o governo alemão anunciou a a doação de 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,1 bilhão) para ações ambientais no Brasil. O dinheiro será dividido entre diferentes iniciativas, como a proteção da Amazônia, o desenvolvimento dos estados que abrigam a floresta e projetos de uso de energias renováveis na indústria e no setor de transportes,

Veja a integra do Comunicado Conjunto entre Brasil e Alemanha

“Ao Brasil, cabe uma tarefa fundamental na proteção do clima. É uma notícia muito boa para o nosso planeta a de que o presidente Lula está empenhado em combater as mudanças climáticas, proteger a Amazônia e acabar com o desmatamento. Estamos muito felizes pelo Brasil estar de volta à cena mundial e empenhado na maior integração da América Latina. Vocês fizeram falta, caro Lula”, disse Scholz durante uma entrevista à imprensa concedida por ele e Lula.

Na entrevista, Lula disse estar disposto a trabalhar para que o acordo entre União Europeia e o Mercosul se concretize ainda este ano. O presidente, no entanto, disse que o Brasil deseja rever alguns pontos do documento elaborado até o momento, pois o país não pode abrir mão de sua reindustrialização nem do uso de compras governamentais para fortalecer as empresas nacionais.

“Vamos trabalhar muito para que a gente possa concretizar esse acordo. Alguma coisa tem que ser mudada, ele não pode ser feito tal com está”, disse Lula, acrescentando que o governo também pretende avaliar bem quais são as condições oferecidas ao Brasil para se tornar membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Socorro aos Yanomami

Lula também foi perguntado sobre a situação dos índios Yanomami e explicou que assinou um decreto dando poderes às Forças Armadas, ao Ministério da Defesa e ao Ministério da Saúde para socorrer os indígenas e acabar com o garimpo ilegal em suas terras.

“A verdade é que tivemos um governo que poderia ser tratado como um governo genocida, porque ele é um dos culpados para aquilo acontecer. Ele que fazia propaganda para as pessoas invadirem com garimpo, está cheio de discurso dele dizendo isso. Então, nós resolvemos tomar uma decisão: não haverá mais garimpo. Quanto tempo vai demorar, eu não sei. Pode demorar um pouco, mas que nós vamos tirá-los, vamos”, garantiu o presidente.

“O governo brasileiro vai acabar com garimpo em qualquer terra indígena a partir de agora. O Brasil vai voltar a ser um país sério, respeitado e que respeita a Constituição, as leis e, sobretudo, os seres humanos”, completou.

Outro tema abordado pelos jornalistas foi a guerra na Ucrânia. Perguntado sobre a possibilidade de o Brasil vender munições à Alemanha para que o país europeu as envie para o governo ucraniano, Lula explicou por que o país não tem interesse em fazê-lo.

“O Brasil é um país de paz, o último contencioso nosso foi na Guerra do Paraguai, e, portanto, o Brasil não quer ter qualquer participação (na guerra), mesmo que indireta. Neste instante, nós deveríamos estar procurando quem pode ajudar a encontrar a paz entre Rússia e Ucrânia. Nós precisamos encontrar alguém, porque até agora a palavra paz é muito pouco utilizada”, disse.

Lula disse estar empenhado em formar um grupo que ajude a acabar com o conflito. “Proponho criarmos um grupo de países que se sentem à mesa com a Rússia e a Ucrânia para tentar encontrar a paz”, disse, acrescentando que conversou sobre o tema com Scholz e também com o presidente francês, Emmanuel Macron, e que pretende discuti-lo com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China Xi Jin Ping.

Da Redação