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Apesar dos obstáculos, Copa do Mundo feminina começa com visibilidade histórica

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Apesar dos obstáculos, Copa do Mundo feminina começa com visibilidade histórica

 

Torneio começa na quinta com premiação total quatro vezes maior do que na Copa do Mundo em 2019. No entanto, o valor ainda é muito aquém do que os atletas receberam no Qatar

 

Foto: Reprodução/ Fifa

Está será literalmente a maior Copa do Mundo Feminina da história, com a expansão das equipes participantes de 24 para 32 nações. Mais que isso, a Fifa estima audiência de dois bilhões de pessoas ao redor do mundo e um milhão e meio de torcedores presentes nos estádios da Nova Zelândia e Austrália.

A nona edição da Copa do Mundo feminina da Fifa começa nesta quinta (20) com visibilidade histórica, mais engajamento e clamor por igualdade de gênero. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou ponto facultativo em jogos da seleção durante o torneio.

Para se ter uma ideia do crescimento do futebol feminino, a premiação para a seleção vencedora do torneio será de US$15,7 milhões (cerca de R$75 milhões), quase quatro vezes o que foi pago na edição anterior, em 2019, US$4 milhões (R$19 milhões).

Segundo a Fifa, na edição deste ano serão distribuídos US$110 milhões (R$527 milhões) em premiações para as equipes participantes, enquanto na copa na França foram apenas US$30 milhões (R$144 milhões).

Apesar da premiação total ter quase quadruplicado da última edição da Copa do Mundo feminina em 2019, ela segue muito aquém dos valores oferecidos para o futebol masculino. No Qatar, na Copa do Mundo de 2022, a Fifa desembolsou US$440 milhões (R$2,1 bilhões) aos atletas.

As atletas da Austrália, um dos países sede do torneio, por meio de um vídeo institucional, cobraram a Fifa por igualdade nas premiações em relação ao campeonato masculino. “A negociação nos permitiu garantir que agora tivéssemos as mesmas condições da seleção australiana masculina, com uma exceção: a Fifa ainda oferece às mulheres um quarto do prêmio em dinheiro que os homens pela mesma conquista”, questiona a meia Tameka Yallop.

 

Desigualdade no apoio resultará em disparidade técnica?

Apesar das mudanças históricas, no entanto, uma série de obstáculos seguem provocando reações das atletas que brilharão nos gramados da Oceania. Um dos principais problemas que o torneio enfrentará é a disparidade técnica entre as equipes.

O crescimento vertiginoso das ligas europeias nos últimos anos, afinal, possibilitou que as seleções com mais tradição no futebol conquistassem apoio profissional das federações, enquanto as seleções debutantes ou com pouco investimento chegarão prejudicadas à Oceania.

As principais jogadoras da Jamaica, por exemplo, enviaram uma carta para a Federação Jamaicana de Futebol expressando sua decepção com o nível do apoio ao time para a Copa do Mundo 23.

“Em várias ocasiões, nos sentamos com a federação para expressar respeitosamente as preocupações resultantes de planejamento, transporte, acomodações, condições de treinamento, compensação, comunicação, nutrição e acessibilidade a recursos adequados”, disse o comunicado.

“Esperamos que, ao usar nossas plataformas para expressar a realidade de nossa situação, nossos esforços sejam retribuídos”, disse o comunicado. “Esperamos que haja uma mudança imediata e sistemática dentro da nossa federação e daqueles encarregados de proteger a integridade do futebol feminino”, concluíram as Meninas do Reggae, como estão sendo apelidadas.

Com a adição de mais 12 equipes no Mundial, os analistas desconfiam que podem ocorrer uma chuva de placares elásticos e jogos desequilibrados. Esse cenário pode ser encontrado em algumas partidas, principalmente na primeira fase, já que o saldo de gols é um dos critérios de desempate da primeira e segunda colocação dentro de cada grupo.

Seleção Brasileira

A seleção brasileira desembarcou nesta terça-feira (18) em Brisbane, cidade australiana que será a sede da equipe na primeira fase da Copa do Mundo de futebol feminino, que começa na quinta-feira (20). A escolha de Brisbane como sede coincide com o segundo jogo das brasileiras na fase de grupos, quando enfrentarão as francesas no estádio local.

A abertura do Mundial será às 4h (horário de Brasília) de quinta (20), no estádio Edem Park, em Aucklabd (Nova Zelândia). O Brasil fará todos os jogos da fase de grupos na Austrália. A estreia será contra o Panamá, pelo Grupo F, na próxima segunda-feira (24), às 8h (horário de Brasília), no estádio Hindmarsh, em Adelaide, a quase 3 horas de vôo saindo de Brisbane.

A torcida brasileira marcou presença hoje na chegada da delegação no Hotel North Lake, em Brisbane. As jogadoras foram recebidas com entusiasmo e pararam para dar autógrafos. A equipe comandada pela técnica Pia Sundhage fará o primeiro treino às 5h (horário de Brasília) desta quarta (19) – às 16h na Austrália.

As demais partidas da seleção na primeira fase do Mundial serão contra a França, no 29 de julho (sábado), às 7h, em Brisbane, e contra a Jamaica, em 2 de agosto (quarta-feira), em Melbourne.

Os dois primeiros colocados do Grupo F avançam às oitavas de final, em que terão pela frente os dois classificados do Grupo H (Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul e Marrocos). O time de melhor campanha de uma chave encara o segundo colocado da outra.

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