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FBI envia à PF mensagens entre Cid e loja que comprou Rolex dado a Bolsonaro

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FBI envia à PF mensagens entre Cid e loja que comprou Rolex dado a Bolsonaro

 

Em delação premiada, Cid afirmou que a venda ilegal do Rolex aconteceu por determinação do ex-presidente. Nas mensagens, Cid diz que deseja pagar o relógio em espécie

 

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

 

 

A Polícia Federal recebeu do FBI uma troca de e-mail do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, com a Precision Watches, loja onde foi vendido ilegalmente um relógio Rolex, dado ao ex-presidente pelo governo da Arábia Saudita.

Nas mensagens, o ex-ajudante de ordens informa que deseja fazer o pagamento do relógio em espécie e é avisado que, por se tratar de uma operação acima de US$ 10 mil, o comprador precisará assinar um documento. No e-mail, Cid afirma à loja que a pessoa que faria a compra é o advogado Frederick Wassef.

Na sua delação premiada, Cid afirmou ainda que a venda ilegal do Rolex aconteceu por determinação de Bolsonaro, que se queixou de gastos com condenações judiciais, multas de motociatas, mudança do Palácio do Alvorada e transporte de seu acervo de presentes.

Vendido ilegalmente, já que deveria fazer parte do acervo presidencial, o relógio foi recomprado no valor de US$ 49 mil (cerca de R$240 mil).

A troca de e-mails contraria a versão apresentada por Wassef em agosto, quando o advogado de Bolsonaro negou ter sido orientado por Cid a fazer a operação. Naquela época, Wassef admitiu ter ido aos Estados Unidos para reaver o Rolex recebido pelo ex-presidente como um presente de Estado, mas negou ter sido orientado por Cid a fazer a operação

Conforme a PF, entre 2019 e o fim de 2022, Bolsonaro, Mauro Cid, Marcelo Costa Câmara (então assessor), Osmar Crivelatti (braço-direito de Cid), Marcelo da Silva Vieira (então chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência) e outros se uniram visando desviar, em proveito do então presidente, presentes recebidos em caráter oficial e entregues por autoridades estrangeiras. A PF menciona pelo menos quatro conjunto.

Após serem apropriados pelo então presidente, os itens foram transportados, de forma oculta, para os Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, em um avião presidencial.

Depois, foram levados a lojas especializadas na Flórida, em Nova York e na Pensilvânia, para serem avaliados e vendidos.

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