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Brasil retorna ao ranking de países mais atrativos para investimento estrangeiro

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Brasil retorna ao ranking de países mais atrativos para investimento estrangeiro

 

País alcançou 19ª posição global no índice Kearney, seu melhor desempenho desde 2017, e é o 5º mais atrativo entre economias em desenvolvimento

 

Imagem: Tânia Rego/Agência Brasil

O Brasil reconquistou sua posição entre os 25 destinos mais atraentes para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), de acordo com o índice de confiança da consultoria Kearney. Ausente em 2023, o país alcançou agora a 19ª posição global, seu melhor desempenho desde 2017, e figurou como o quinto destino mais atraente entre as economias em desenvolvimento, superando o México e ficando atrás apenas de nações como China, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Índia.

Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil, destacou a relevância deste retorno: “Sumimos do mapa por causa de várias crises, mas devagar estamos novamente reaparecendo no contexto dessa fragmentação do comércio mundial.” Essle também aponta o ‘nearshoring’ como uma tendência fortalecida, beneficiando o Brasil devido à sua proximidade com os Estados Unidos, cuja economia mostra vigor.

 

“Assim como o restante das Américas, o Brasil se beneficia do fato de que está perto dos Estados Unidos, país cuja economia vai muito bem. Neste momento em que o ‘nearshoring’ [tendência das multinacionais de se deslocar para perto de suas matrizes] se fortalece, o IED costumar seguir de perto a dinâmica da disputa geopolítica”, diz Essle. “Ao mesmo tempo, o Brasil também tem relacionamento estreito com a China e com a Europa, consegue caminhar entre os três blocos sem se comprometer com nenhum e é importante que continue assim.”

A edição de 2024 do índice revela que 88% dos executivos entrevistados planejam ampliar seus investimentos nos próximos três anos, um aumento significativo em relação aos 82% do ano anterior. As prioridades dos investidores também mudaram, com a eficiência regulatória e a facilidade de mobilidade de capitais emergindo como novos focos principais, enquanto a capacidade tecnológica e de inovação continua sendo o interesse predominante.

Embora o Brasil se destaque em setores como mineração e agronegócio, Essle enfatiza a necessidade de diversificar: “É preciso usar essa chance para viabilizar investimentos em infraestrutura e acompanhar essa maior demanda por exportação.” Ele cita planos ambiciosos, como a intenção do ministro dos Transportes, Renan Filho, de atrair R$ 180 bilhões em investimentos em rodovias e ferrovias nos próximos três anos, e a oportunidade de produzir bens com baixa emissão de carbono, um setor promissor dado o contexto de taxas sobre pegada de carbono introduzidas pela União Europeia.

“O Brasil é, entre os grandes países, aquele com matriz energética mais limpa. E a União Europeia já está introduzindo uma taxa sobre pegada de carbono dos produtos vendidos por lá”, explica Essle, destacando as vantagens competitivas que podem ser obtidas através de uma estratégia focada em sustentabilidade.

O relatório também menciona a Argentina, que voltou ao ranking pela primeira vez desde 2013, ocupando a 24ª posição. “As oportunidades lá são parecidas com a do Brasil: a Argentina é muito rica em recursos naturais importantes para a transição energética, como o lítio. Se daqui 30 anos queremos ser emissão líquida zero de carbono, vamos precisar minerar mais do que em todo o restante da história da humanidade”, diz.

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